Fico impressionado com a capacidade de se criar obstáculos legais, seja a criação de leis ou questionamento à leis existentes, ou ainda, “brechas” nas mesmas. No Rio de Janeiro existe uma lei que obriga a instalação de temporizadores (de sinal verde) nos semáforos que são dotados de câmeras de fiscalização eletrônica.
Essas câmeras só existem porque nossos condutores insistem em desrespeitar a sinalização de trânsito, inclusive os semáforos, com todas as conseqüências decorrentes do avanço de um semáforo vermelho, seja para outros veículos, seja para pedestres.
Sempre falo que as exigências de sinalização indicando que existe fiscalização eletrônica, conforme é exigido hoje é a maior prova da demagogia institucionalizada com a desculpa de “proteger” os “pobres” usuários, tão “perseguidos” pelos órgãos de trânsito. Ora bolas, pra que uma placa informando que ali tem fiscalização eletrônica? Para mim é o mesmo que dizer, SÓ RESPEITE ONDE TEM FISCALIZAÇÃO ELETRÔNICA! Porque, seja para equipamentos limitadores de velocidade, seja para equipamentos que fiscalizam o respeito a um semáforo, o que existe é o desrespeito à sinalização existente. Na prática, boa parte dos usuários em uma rodovia, por exemplo, não respeita as placas de velocidade, exceto onde tem as “lombadas eletrônicas”. Volto a dizer: é muita demagogia.
Esse tipo de exigência só existe pela “irresponsabilidade” de nossos legisladores em criar dificuldades para os gestores que insistem em buscar maior segurança para a sociedade, sempre sob a desculpa da possibilidade da “indústria da multa” pelos órgãos de trânsito. Mas na realidade, quem assim o faz são verdadeiros HOMICIDAS. Responsáveis indiretos pelas mortes no trânsito. Só alimentam a INDÚSTRIA DA MORTE
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sábado, 20 de novembro de 2010
sábado, 6 de novembro de 2010
A GRANDE VENCEDORA DAS ELEIÇÕES
Tomei a liberdade de transcrever na íntegra esse texto de Fernando Molica.
"A grande vencedora das eleições
Fernando Molica
Jornalista , escritor e editor da Coluna Informe O DIA
Ela é meio antipática e até truculenta; não tem jogo de cintura e incomoda muita gente. Seus críticos chegam a dizer que alguns corruptos dela se beneficiam. Mas não dá para negar: a Lei Seca é uma das grandes vencedoras desta eleição. Apesar de toda a barulheira de seus opositores e do tempo que volta e meia perdemos em suas blitzes, nenhum dos candidatos a presidente da República ou a governador do Rio ousou criticá-la.
Tinha tudo pra dar errado. Há muito tempo se diz que, no Brasil, leis são como as vacinas: umas pegam, outras não. Seu radicalismo assustava, a tal da tolerância zero seria, enfim, implantada entre nós. Isto, numa sociedade acostumada a perdoar muitos delitos e que via na mistura de birita e volante algo tão normal quanto a velha prática de se nomear parentes para cargos públicos.
Muita gente chiou, até mesmo aqueles que, ao retornarem de viagens à Europa ou aos Estados Unidos, enchiam a boca para ressaltar a rigidez das normas de trânsito nos países desenvolvidos. De volta ao Brasil, o sujeito elogiava tudo o que vira por lá: a seriedade das leis, a impossibilidade de se corromper os policiais. Depois, feliz com o regresso, pedia mais algumas doses e voltava dirigindo para casa.
Seria redundante citar estatísticas sobre redução de acidentes desde o início da vigência da Lei Seca; a situação, afinal, melhorou bastante. Claro que as operações de fiscalização poderiam gerar menos problemas para quem respeita a lei e só quer chegar em casa ou no cinema. Seria possível executar as blitzes de um jeito que não causasse tanto transtorno. Cabe ao governo também melhorar o transporte público, exigir mais ônibus e trens nas madrugadas e nos fins de semana. Nem todo mundo tem grana para voltar de táxi.
Tão importante quanto a diminuição das mortes é a perspectiva de que as próximas gerações não vejam como normal a associação entre bebida e condução de veículos. Todos crescemos num ambiente tolerante, ouvimos ou pronunciamos frases como “bêbado, eu dirijo melhor”. Levante o primeiro copo quem nunca pegou no volante depois de beber um pouco além da conta.
Em alguns casos, como motoristas ou caronas, escapamos de nos tornarmos vítimas. Vale lembrar: em muitas áreas da cidade, a morte violenta que mais ameaça não está relacionada à criminalidade, mas aos acidentes de trânsito. A Lei Seca tornou o país mais seguro para nossos filhos: isto não é pouco, merece até um brinde.
MUITO BOM O TEXTO!!!
"A grande vencedora das eleições
Fernando Molica
Jornalista , escritor e editor da Coluna Informe O DIA
Ela é meio antipática e até truculenta; não tem jogo de cintura e incomoda muita gente. Seus críticos chegam a dizer que alguns corruptos dela se beneficiam. Mas não dá para negar: a Lei Seca é uma das grandes vencedoras desta eleição. Apesar de toda a barulheira de seus opositores e do tempo que volta e meia perdemos em suas blitzes, nenhum dos candidatos a presidente da República ou a governador do Rio ousou criticá-la.
Tinha tudo pra dar errado. Há muito tempo se diz que, no Brasil, leis são como as vacinas: umas pegam, outras não. Seu radicalismo assustava, a tal da tolerância zero seria, enfim, implantada entre nós. Isto, numa sociedade acostumada a perdoar muitos delitos e que via na mistura de birita e volante algo tão normal quanto a velha prática de se nomear parentes para cargos públicos.
Muita gente chiou, até mesmo aqueles que, ao retornarem de viagens à Europa ou aos Estados Unidos, enchiam a boca para ressaltar a rigidez das normas de trânsito nos países desenvolvidos. De volta ao Brasil, o sujeito elogiava tudo o que vira por lá: a seriedade das leis, a impossibilidade de se corromper os policiais. Depois, feliz com o regresso, pedia mais algumas doses e voltava dirigindo para casa.
Seria redundante citar estatísticas sobre redução de acidentes desde o início da vigência da Lei Seca; a situação, afinal, melhorou bastante. Claro que as operações de fiscalização poderiam gerar menos problemas para quem respeita a lei e só quer chegar em casa ou no cinema. Seria possível executar as blitzes de um jeito que não causasse tanto transtorno. Cabe ao governo também melhorar o transporte público, exigir mais ônibus e trens nas madrugadas e nos fins de semana. Nem todo mundo tem grana para voltar de táxi.
Tão importante quanto a diminuição das mortes é a perspectiva de que as próximas gerações não vejam como normal a associação entre bebida e condução de veículos. Todos crescemos num ambiente tolerante, ouvimos ou pronunciamos frases como “bêbado, eu dirijo melhor”. Levante o primeiro copo quem nunca pegou no volante depois de beber um pouco além da conta.
Em alguns casos, como motoristas ou caronas, escapamos de nos tornarmos vítimas. Vale lembrar: em muitas áreas da cidade, a morte violenta que mais ameaça não está relacionada à criminalidade, mas aos acidentes de trânsito. A Lei Seca tornou o país mais seguro para nossos filhos: isto não é pouco, merece até um brinde.
MUITO BOM O TEXTO!!!
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