O Movimento Maio Amarelo, capitaneado pelo Observatório Nacional de Segurança Viária, com apoio institucional do Ministério da Infraestrutura, por intermédio da Senatran - Secretaria Nacional de Trânsito, busca a conscientização da importância de ações visando a redução dos indices de mortos e feridos em acidentes de trânsito. Tem, ainda, o objetivo de estabelecer uma ação coordenada entre o Poder Público e a Sociedade Civil, colocando em pauta o tema segurança viária, com a mobilização da sociedade em todos os seus segmentos: instituições governamentais, empresas, entidades de classe, associações, federações, e sociedade civil organizada.
O tema do Maio Amarelo em 2022 é JUNTOS SALVAMOS VIDAS !!!
Não por acaso, o amarelo utilizado no
movimento é um alerta para os alarmantes índices de acidentes, feridos e
mortos, os quais, mesmo com o advento do Código de Trânsito Brasileiro e com a
própria "Lei Seca", ainda são elevadíssimos, comparáveis a resultados
de guerras. Aliás, o que se observa nas vias urbanas e estradas é uma
verdadeira guerra, onde condutores utilizam seus veículos como armas contra
"inimigos potenciais" e contra si próprios.
A sociedade como um todo precisa se conscientizar do seu papel. Cada um deve fazer a sua parte. Mas há a necessidade dos gestores públicos, notadamente municipais, assumirem suas responsabilidades e deixarem de praticar a OMISSÃO, em relação a um tema de extrema relevância para a sociedade. A começar pela gestão do trânsito. No Brasil, apenas 1.804 municípios (aproximadamente 32% do total de municípios) estão integrados ao Sistema Nacional de Trânsito - SNT, ou seja, fazem a gestão do trânsito ou apenas estão aptos, pois há municípios integrados apenas "no papel", não exercendo de fato a gestão do trânsito municipal. Em Pernambuco o percentual é ainda menor, com 41 municípios (cerca de 22%) integrados ao SNT.
Apesar de serem os maiores municípios em
população, e por extensão, em número de veículos, acidentes, vítimas etc.,
esses números mostram a pouca atenção com a gestão do trânsito, como política
pública, que promova o ordenamento do trânsito, uma boa engenharia de tráfego,
materializada pela sinalização e uma educação como indutora da cidadania,
respeito à legislação e menores índices de acidentes e de vítimas.
E mesmo no rol de municípios integrados,
faz-se necessário que os mesmos possam, efetivamente, fazer gestão. Muitos deles
estão integrados apenas oficialmente, mas não de fato. Não planejam, não
aplicam a boa engenharia de tráfego, não realizam operações, não fiscalizam e,
principalmente, não EDUCAM. Cuidar das pessoas, através de uma Mobilidade
Sustentável, tendo a gestão do trânsito como base para o cumprimento do tema do
Programa Maio Amarelo deste ano, ou seja, fazendo com que todos os envolvidos
participem desse processo de mudar a preocupante estatística de trânsito, com
elevados números de acidentes, feridos e mortos. E que essa responsabilidade
não se limite ao mês de maio ou em setembro, quando da Semana Nacional de
Trânsito, quando são realizadas campanhas e atividades, muitas vezes meramente
lúdicas ou para cumprimento de calendário, mas que, efetivamente, se construa
uma Política de Educação de Trânsito.
A população, além de fazer sua parte, cumprindo a legislação de trânsito, respeitando vidas, não fazendo do seu carro uma arma, também pode contribuir cobrando dos gestores e prefeitos a efetiva gestão de trânsito. Além disso, voltando ao tema do Maio Amarelo deste ano, Juntos Salvamos Vidas. Poder Público, condutores de veículos, pedestres e ciclistas, se cada um fizer sua parte podemos chegar a um cenário de um trânsito mais saudável e sustentável.
Artigo by IVAN CARLOS CUNHA
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